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Anorexia

Causas, tratamento, cura e soluções, por que se produz, características.

Anorexia como um sintoma


Anorexia é a sensação de diminuição do apetite. A palavra deriva do grego an- (prefixo que significa "ausência") e orexe (que significa "apetite"). Quer dizer, nós estamos falando sobre a perda da vontade de comer. O termo "anorexia" não deve ser confundido com a doença específica conhecida como anorexia nervosa. Anorexia é apenas um sintoma, enquanto anorexia nervosa é uma doença. Há muitas causas possíveis para a diminuição do apetite, o que não indica necessariamente que sofremos de uma doença.

A forma mais comum de anorexia é simplesmente a saciedade após o consumo de alimentos. Isso acontece com todas as pessoas normais e é chamado de anorexia pós-prandial.

Anorexia nervosa
As desordens que causam anorexia são entre outras, anorexia nervosa, depressão grave, câncer, demência, AIDS, doença renal crônica e o uso de determinadas drogas (em particular estimulantes e narcóticos). Ele também pode ser causada pelo meio ambiente que se vive, como por exemplo, doença das alturas. Anorexia também foi observada na insuficiência cardíaca congestiva, talvez devido ao congestionamento do fígado por sangue venoso. Na apendicite aguda, a anorexia também é um método de diagnóstico além da dor abdominal.

Alguns medicamentos, como por exemplo os antidepressivos, pode ter efeitos colaterais como perda de apetite, mas acima de tudo são as substancias químicas da família da fenetilamina que têm propriedades anorexígenas mais intensas. Por esta razão, muitas pessoas que sofrem de anorexia nervosa buscam essas drogas para alcançar seus objetivos. Drogas deste tipo incluem Ritalina, Adderall, anfetamina e Desoxyn. Em alguns casos, esses medicamentos são prescritos para pacientes antes de ser anestesiados para uma cirurgia, como medida profilática para garantir que não vão regurgitar comida para o esôfago correndo risco de afogamento.

ANOREXIA NERVOSA


Anorexia nervosa é um diagnóstico psiquiátrico que descreve um transtorno alimentar caracterizado por baixo peso corporal e uma visão distorcida da própria imagem. Os indivíduos com anorexia, muitas vezes controlam o peso corporal por meio de inanição voluntária, purgação, vômitos, excesso de exercício ou outras medidas de controle de peso, como pílulas para emagrecer ou medicamentos diuréticos. Ela afeta principalmente adolescentes do sexo feminino no mundo ocidental e, entre os transtornos psiquiátricos, tem uma das taxas de mortalidade mais altas, com aproximadamente 10% das mortes entre as pessoas diagnosticadas. A anorexia nervosa é uma doença complexa que sofre influência de componentes psicológicos, neurobiológicos e sociológicos.

Anorexia é uma doença potencialmente fatal e que põe em sério perigo muitos dos órgãos do corpo e os recursos fisiológicos. Uma revisão recente da literatura científica identificou uma série de descobertas importantes nesta área. Anorexia põe particularmente em risco a função e estrutura do coração e o sistema cardiovascular, com uma baixa taxa de batimentos cardíacos (bradicardia) e alongamento do intervalo QT. Pessoas com anorexia tendem a ter alterado o equilíbrio electrolítico, e apresentam em particular baixos níveis de fosfato, o que tem sido associado à insuficiência cardíaca, fraqueza muscular, mal funcionamento do sistema imunitário e, em última análise, a morte. Aqueles que desenvolvem anorexia antes da idade adulta podem ver o seu crescimento estagnado e subseqüente baixo nível de hormônios essenciais (incluindo hormônios sexuais), além de altos níveis de cortisol elevados de forma cronica. Entre 38 e 50% dos anoréxicos desenvolvem osteoporose, pelo fato de sua má alimentação provocar o crescimento retardado da estrutura óssea essencial e baixos níveis de densidade mineral nos ossos.

o alargamento dos ventrículos cerebrais está associado com a fome, e apenas parcialmente invertido quando o peso normal, é recuperado. A anorexia está também relacionada a um fluxo reduzido nos lóbulos temporais, no entanto, como esta descoberta não se correlaciona com o peso atual é possível que seja um efeito secundário, em vez de uma consequência da fome.

Terminologia


A pessoa que sofre de anorexia é chamada anoréxica. A doença descrita aqui como "anorexia nervosa" costuma ser abreviada para "anorexia" nos meios de comunicação e na literatura científica; isto é tecnicamente incorreto, uma vez que a palavra anorexia refere-se ao sintoma clinico de apetite reduzido. Na cultura popular, especialmente entre as próprias anoréxicas, se costuma usar o termo "ana" para evitar o tom clínico e impessoal da palavra. Os grupos pró-ana, frequentemente usam os termos "ana" (para anorexia nervosa) e "mia" (para bulimia nervosa), evitando assim as conotações negativas dos termos médicos.

O diagnóstico de Anorexia Nervosa


O critério mais utilizado para diagnosticar a anorexia nervosa vem da Associação Americana de Psiquiatria, através de seu Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV-TR) e da Organização Mundial da Saúde, através de sua Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID).

Embora os testes biológicos possam ajudar a diagnosticar anorexia, o diagnóstico é baseado em uma combinação de comportamento, crenças e experiências e características físicas do paciente. Anorexia nervosa é geralmente diagnosticada por um psicólogo clínico, psiquiatra ou outro médico com qualificações adequadas.

É importante ressaltar que os critérios de diagnóstico são fornecidos para ajudar os médicos e não como algo representativo dos sentimentos e experiências de pacientes com a doença.

Para ser diagnosticada com anorexia nervosa de acordo com o DSM-IV-TR da Associação Americana de Psiquiatria, a pessoa deve apresentar:

1. Recusa em manter o peso corporal minimamente normal para sua idade e altura (por exemplo, perda de peso para manter o peso corporal 85% menos do que o normal), ou nenhum ganho do peso esperado durante o período de crescimento, manter o corpo em um peso corporal abaixo de 85% do normal.

2. Medo intenso de ganhar peso ou ficar gorda.

3. Distorção na forma de ver o peso corporal ou silhueta, influência anormal do peso corporal na silhueta e na auto-avaliação ou negação da gravidade do baixo peso corporal.

4. Após a menarca, em mulheres na pré-menopausa (mulheres que tiveram seu primeiro período menstrual, mas ainda não atingiram a menopausa), presença de amenorréia (ausência de pelo menos três ciclos menstruais consecutivos).

5. Outros distúrbios alimentares relacionados.

Além disso, o diagnóstico da Associação Americana de Psiquiatria, descreve dois subtipos:

- Tipo restritivo. Durante o episódio atual de anorexia nervosa, a pessoa não tem comido compulsivamente com regularidade nem teve comportamento purgante (ou seja, vômito auto-induzido, exercício excessivo ou uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas).

- Tipo compulsão alimentar ou tipo purgante. Durante o episódio atual de anorexia nervosa, a pessoa tem comido compulsivamente com regularidade ou teve comportamento purgante.

Os critérios da Organização Mundial da Saúde em seu CID-10 são semelhantes, mas também mencionam:

- Maneiras pelas quais os indivíduos podem induzir a perda de peso ou manter o baixo peso corporal (evitando alimentos gordurosos, vomitando, com excesso de exercício, mal uso de inibidores de apetite ou diuréticos).

- Características fisiológicas, incluindo a ampla desordem endócrina do eixo hipotálamo-hipofisário-gonadal manifestado em mulheres com a presença de amenorréia e em homens através da perda de interesse e potência sexual. Também pode haver níveis elevados de hormônios do crescimento e cortisol, bem como alterações no metabolismo periférico do hormônio da tireoide e anormalidades na secreção de insulina.

- Se o episódio ocorre antes da puberdade, se o desenvolvimento é retardado ou retido.

Controvérsias sobre o diagnóstico

A distinção entre os diagnósticos de anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno alimentar não especificado é difícil de fazer na prática e há uma considerável sobreposição entre os pacientes diagnosticados com essas doenças. Além disso, mudanças aparentemente menores no comportamento ou atitude do paciente (como por exemplo sensação de controle do comportamento compulsivo) pode mudar o diagnóstico de anorexia nervosa de tipo compulsivo a bulimia nervosa. Não é incomum para uma pessoa com distúrbio alimentar passar por vários diagnósticos conforme seu comportamento, e crenças mudam com o passar do tempo.

Escritoras feministas como Susie Orbach e Naomi Wolf criticaram a medicalização de dietas extremas e a perda de peso, e colocam o problema nas próprias mulheres afetadas, mais do que na sociedade em si, que impõe conceitos de magreza doentia e irracional como uma forma de beleza feminina.

Características da Anorexia Nervosa


Em pessoas com anorexia nervosa existe uma série de características clínicas que embora não necessariamente façam parte do diagnóstico da doença, são comuns entre as pessoas que apresentam este transtorno alimentar.

Psicológicas

Distorção da imagem corporal
- Distorção da imagem corporal.
- Auto avaliação observada em grande parte, ou mesmo exclusivamente, com base na sua forma ou em peso.
- Preocupação ou pensamentos obsessivos sobre comida e peso.
- Perfeccionismo.
- Transtorno Obsessivo Compulsivo.

Emocionais

- Baixa auto-estima e auto-eficácia.
- Depressão clínica ou melancolia crônica.
- Medo intenso se tornar obesa.
- Irritação.

Interpessoais e sociais

- O fracasso escolar.
- Abandono de amigos e outros relacionamentos.
- A deterioração nas relações com a família.

Físicas

- Perda de peso extrema.
- Distúrbio endócrino, com a cessação dos períodos menstruais nas moças (amenorreia).
- Sintomas de inanição tais como a redução do metabolismo, ritmo cardíaco lento (bradicardia), hipotensão, hipotermia e anemia.
- Crescimento de pelo sobre o corpo (lanugo).
- Níveis anormais de minerais e eletrólitos no corpo.
- Deficiência de zinco.
- Frequente redução do número de glóbulos brancos do sangue.
- Redução do funcionamento do sistema imunológico.
- Índice de Massa Corporal menor que 17,5 nos adultos, ou 85% do peso esperado em moças.
- Possível palidez e os olhos fundos.
- Estalo nas articulações e ossos.
- Aparecimento de fluido nos tornozelos durante o dia e em torno dos olhos durante a noite.
- Prisão de ventre.
- Lábios muito secos ou rachados devido à desnutrição.
- Má circulação, dando como resultando ataques de formigamento e extremidades arroxeadas.
- Em casos de extrema perda de peso, pode haver danos aos nervos, o que causa dificuldade para mover os pés.
- Dores de cabeça devido à desnutrição.

Comportamento

- Excesso de exercício e restrição ao alimentar-se.
- Desmaios.
- Prosseguir o exercício ou dieta de forma secreta.
- Possível auto-mutilação, abuso de drogas ou tentativas de suicídio.

Causas e fatores de risco para a anorexia nervosa


É evidente que não há uma causa única para a anorexia nervosa, e que procede de uma mistura de fatores sociais, fisiológicos e biológicos. As pesquisas atuais concentram-se em explicar os fatores existentes e descobrir novas causas. No entanto, há um debate considerável sobre qual das causas conhecidas contribui mais para o desenvolvimento da anorexia. Em particular, a pressão exercida pela mídia sobre as mulheres para ser magra tem sido especialmente controversa.

Fatores genéticos

Estudos genéticos e familiares, sugerem que a genética contribui com cerca de 50% da variância para o desenvolvimento de um transtorno alimentar, e que a anorexia nervosa compartilha esse risco genético com a depressão clínica. Esta evidência sugere que os genes que influenciam a regulação da alimentação, da personalidade e da emoção podem ser fatores importantes.

Vários tipos de roedores tem sido usados para estudar a anorexia, eles foram submetidos a diferentes situações de estresse ou tiveram diferentes genes anulados. Estes estudos sugerem que o eixo hipotálamo-pituitário-adrenal pode ser um fator relacionado, embora os resultados têm sido criticados já que é o pesquisador que restringe a comida e não do próprio animal, além do mais não se pode levar em conta os fatores culturais.

Fatores Neurobiológicos

Existe uma forte correlação (embora ainda uma causa não comprovada) entre o neurotransmissor serotonina e o humor, o sono, vômitos (vómitos), a sexualidade e o apetite. Um estudo recente da literatura científica sugere que a anorexia está relacionada com uma perturbação da serotonina, particularmente a níveis elevados em áreas do cérebro com o receptor 5HT1A (relacionado com a ansiedade, o humor e o controle dos impulsos). A fome é, hipoteticamente, uma resposta a esses efeitos já que diminui o metabolismo do triptofano e dos hormônios esteróides, o que pode reduzir os níveis de serotonina e desencadear ansiedade.

Uma dificuldade nesses estudos é que às vezes é difícil separar causa e efeito, pois esses distúrbios da neuroquímica cerebral podem ser o resultado da fome como traços permanentes que podem predispor uma pessoa a desenvolver anorexia. Não há nenhuma evidência, no entanto,de que as características de personalidade (tais como a ansiedade e perfeccionismo) e distúrbios da serotonina permaneçam após os pacientes se recuperarem da anorexia, o que sugere que estes distúrbios são factores de risco provavelmente casuais.

Estudos recentes também sugerem que a anorexia pode estar relacionada com a resposta auto-imune a peptídeos melanotropinérgicos que influenciam o apetite e as respostas ao estresse.

Fatores Psicológicos

Há estudos significativos sobre os fatores psicológicos que influenciam a anorexia nervosa. O comportamento anoréxico se origina ao se ter a sensação de estar gorda e pouco atraente, e se mantem por várias tendencias cognitivas que alteram a autoavaliação do indivíduo e os seus pensamentos sobre o corpo, a comida e os alimentos.

Uma das descobertas mais conhecidas é que as pessoas com anorexia tendem a superestimar o tamanho ou a gordura de seus próprios corpos. Um estudo recente nesta área sugere que não se trata de um problema de percepção mas de como a pessoa afetada avalia as informações. Assim, as pessoas com anorexia nervosa parecem carecer de de auto-estima, porque a maioria das pessoas se sentem mais atraentes no que diz respeito à apreciação que os outros têm delas. Em contraste, as pessoas com anorexia nervosa julgam com mais precisão a sua atratividade em relação ao não afetado, o que significa que, potencialmente, não têm essa auto-estima.

As pessoas com anorexia têm traços de personalidade que podem predispô-los a desenvolver distúrbios alimentares. Vários estudos apontam como fatores característicos altos níveis de obsessão (pensamentos intrusivos sobre comida e peso), restrição (eles são capazes de lutar contra a tentação) e níveis clínicos de perfeccionismo (a busca patológica de alto desempenho pessoal e necessidade de controle).

Frequentemente, outros problemas psicológicos e doenças mentais coexistem ao lado de anorexia nervosa. A depressão clínica, transtorno obsessivo compulsivo, abuso de drogas e um ou mais transtornos de personalidade são doenças mais propensas a acompanhar a anorexia. Altos níveis de ansiedade e depressão são muito prováveis.

A pesquisa sobre a neuropsicologia da anorexia indica que muitos dos resultados são inconsistentes e é difícil diferenciar os efeitos da fome no cérebro de qualquer característica de longa duração. No entanto, um achado consistente é que as pessoas com anorexia têm pouca flexibilidade cognitiva (capacidade de mudar os padrões anteriores de pensamento, particularmente aqueles relacionados ao papel dos lobos frontais e sistema executivo).

Outros estudos sugerem que há alguns traços de atenção e de memória que poderia manter a anorexia. Os traços de atenção parecem concentrar-se sobre os conceitos relacionados ao corpo e à silhueta, e alguns estudos limitados indicam que os anoréxicos lembram melhor as matérias relacionadas do que as não relacionadas.

Embora existam muitas pesquisas sobre os fatores psicológicos, há poucas teorias que tentam explicar a doença como um todo. Fairburn e outros têm desenvolvido um modelo de "transdiagnóstico" no qual pretendem explicar como a anorexia é mantida, bem como desordens relacionadas, tais como a bulimia nervosa e distúrbios alimentares não identificados. Seu modelo é desenvolvido com base em terapias psicológicas, principalmente a cognitivo-comportamental, e sugere áreas onde a terapia médica poderia fornecer tratamento psicológico. Seu modelo é baseado na ideia de que todos os transtornos alimentares (exceto a obesidade) compartilham alguns traços comuns de psicopatalogia que ajudariam a manter o comportamento desordenado; como por exemplo perfeccionismo clínico, baixa auto-estima crônica, intolerância a mudanças no humor (incapacidade de se proteger adequadamente de determinados estados emocionais) e dificuldades interpessoais.

Fatores Sociais e Ambientais

Pressão social para ser muito magras
Estudos sócio-culturais têm enfatizado o papel dos fatores culturais, tais como a promoção da magreza como figura ideal do sexo feminino nos países ocidentais industrializados, principalmente através da mídia. Um estudo epidemiológico recentemente feito em quase um milhão de habitantes na Suécia indica que o gênero, a etnia e o status socioeconômico têm grande influência sobre a possibilidade de desenvolver anorexia. Esse estudo descobriu que aqueles com parentes não-europeus eram menos propensos a ser anoréxicos, enquanto que aqueles pertencentes a famílias ricas e caucasianos tinham mais risco.

Um estudo clássico de Garner e Garfinkel demonstrou que pessoas com profissões onde havia particular pressão social para ser muito magras (como modelos ou dançarinos) eram muito mais propensas a desenvolver anorexia durante o curso de sua carreira. Outras pesquisas têm sugerido que os anoréxicos têm um contato muito maior com as fontes culturais que promovem a magreza.

Apesar de anorexia nervosa ser geralmente associada as culturas ocidentais, a exposição global aos meios de comunicação tem causado um aumento dos casos em países não-ocidentais. No entanto, vale ressaltar que outras culturas podem não apresentar a mesma fobia de gordura.

Há um alto índice de abuso sexual na infância, entre as pessoas diagnosticadas com anorexia (até 50% dos pacientes internados com um menor predomínio entre as pessoas tratadas na comunidade). Embora acredita-se que abuso sexual no passado não seja um fator de risco para a anorexia (embora seja para a doença mental em geral) as pessoas que sofreram tais abusos são mais propensas a sofrer alguns sintomas de anorexia mais grave e crônica.

Nos últimos anos, a Internet permitiu que os anoréxicos e bulímicos entrem em contato e se comuniquem uns com os outros fora do ambiente de tratamento, com um menor risco de rejeição por parte da sociedade. Existem muitos sites sobre o assunto, alguns criados pelos que sofrem da doença e outros por profissionais que entendem do assunto. A maioria dos sites apoiam o ponto de vista médico, que considera a anorexia como uma desordem que deve ser curada, mas alguns anoréxicos criam comunidades online conhecidas como "pró-ana" que rejeitam a visão dos médicos e afirmam que a anorexia é um modo de vida livremente escolhido. Nas comunidades "pró-ana", as anoréxicas se apoiam mutuamente em seu objetivo de perder peso, dando conselhos entre si sobre dietas, maneiras de enganar a família para que não notem vômitos, farmácias on-line onde conseguir medicamentos diuréticos ou laxantes, etc. Esses sites têm sido um centro de interesse significativo para os meios de comunicação, recebendo fortes críticas e até mesmo sendo proibidos em vários países.

Prognóstico da anorexia nervosa


A anorexia nervosa tem uma das maiores taxas de mortalidade entre os transtornos psiquiátricos, com cerca de 10% das óbitos devido a causas relacionadas. O índice de suicídio em pessoas com anorexia também é mais alto do que na população em geral e se imagina ser a principal causa de morte entre as pessoas que apresentam a doença. A anorexia é difícil de tratar, um estudo recente indica que menos da metade das pessoas em tratamento, alcançaram uma total recuperação, um terço melhora e 20% permanece cronicamente doente.

Incidência da anorexia nervosa, onde predomina e demografia


A maioria das pesquisas sobre onde predomina e a incidência de anorexia têm sido realizadas em países ocidentais industrializados, por isso geralmente os resultados não são aplicáveis ​​a outras áreas. No entanto, estudos recentes sobre a epidemiologia da anorexia sugerem uma incidência anual de entre 8 a 13 casos por cada cem mil pessoas, e uma média de 0,3% de predominância, utilizando critérios rigorosos de diagnóstico. Estes estudos também confirmam que a doença afeta uma grande proporção de mulheres adolescentes, com 40% dos casos detectados entre as idades de 15 a 19 anos. Em geral, cerca de 90% das pessoas com anorexia são mulheres. A maioria das pessoas com a doença não comparecem aos serviços de saúde mental.

Tratamento da anorexia nervosa


A primeira linha de tratamento para anorexia nervosa geralmente é focada em ganho de peso imediato, especialmente em casos graves, que requerem hospitalização. Em casos graves, isso pode ser feito mediante um tratamento hospitalar involuntário sob as leis de saúde mental em países em que tal legislação existe. No entanto, na maioria dos casos, as pessoas com anorexia são tratadas sem internação, recebendo o apoio de médicos, psiquiatras, psicólogos clínicos e outros profissionais da área de saúde mental.

Um estudo clínico recente sugere que a psicoterapia é uma forma eficaz de tratamento e pode levar à restauração do peso normal, o retorno do período menstrual, uma melhora psicológica e social. No entanto, este estudo destaca que há apenas um pequeno número de ensaios clínicos randomizados controlados para fundamentar tal recomendação, e nenhum tipo de psicoterapia específica parece mostrar uma vantagem total quando comparado a outros tipos. A terapia da família tem se mostrado eficaz como um tratamento para adolescentes com anorexia, este método foi desenvolvido no Maudsley Hospital em Londres (Inglaterra).

É importante ressaltar que muitas pessoas que se recuperam do baixo peso sendo mais ou menos forçadas contra suas vontades por seus pais e parentes, muitas vezes abrigam um grande ódio contra eles por sentir que eles estão roubando o corpo ideal desejado que fora alcançado. Muitas vezes, quando amigos ou parentes felicitam os que se recuperaram por sua aparência saudável, em sua mente automaticamente substituem "saudável" por "gordo".

O tratamento com medicamentos, tais como os inibidores seletivos da recaptação da serotonina ou outra medicação antidepressiva, em geral não demonstraram eficacia no tratamento da anorexia ou prevenção de sua ocorrência, embora ainda não haja pesquisa suficiente nesta área. No entanto,é comum o médico prescrever antidepressivos, muitas vezes com o objetivo de tratar a ansiedade e a depressão associadas com a anorexia.

Há organizações não-governamentais que oferecem apoio e aconselhamento às pessoas que têm anorexia ou aos parentes.